O diabetes, assim como a obesidade, se tornou uma doença com características de epidemia mundial. Estima-se que em 2025 haverá 300 milhões de diabéticos no mundo. Destes, 95% serão do tipo II, ou seja, com deficiência apenas relativa e não absoluta de insulina. A incidência de DM2 (Diabetes Mellitus tipo 2) é uma das principais causas de acidente vascular cerebral (AVC), síndrome coronariana, insuficiência renal e cegueira. No Brasil, em 2015, o número de pessoas diabéticas com idade entre 20 e 79 anos atingiu a marca de 14,3 milhões, havendo a expectativa de que, em 2040, chegue a 23,3 milhões de pessoas. A média do IMC destes pacientes, no entanto, é de 30.

Entre 60 a 90% dos pacientes portadores de diabetes tipo II apresentam sobrepeso ou obesidade. Para estes pacientes, o tratamento cirúrgico utilizando-se as mesmas técnicas para o tratamento da obesidade vem se apresentando como mais uma opção na tentativa de controle do diabetes. Este controle não acontece somente pela perda de peso, provocada pela cirurgia, mas principalmente pela alteração dos hormônios gastrointestinais.

Os melhores resultados ocorrem nos pacientes com índice de massa corporal acima de 30.

No dia 07/12/2017, com a Resolução de Número 2.172/2017, o CFM (Conselho Federal de Medicina) aprovou a indicação do tratamento cirúrgico para os casos de diabetes mellitus tipo 2, com IMC (Índice de Gordura Corporal) acima de 30. A cirurgia se dará, prioritariamente, por derivação gastrojejunal em Y-de-Roux (DGJYR). Em casos de contraindicação ou desvantagem da DGJYR, a gastrectomia vertical será a opção disponível. Nenhuma outra técnica é reconhecida para tratar estes pacientes.

Os pacientes devem ter entre 30 e 70 anos, com menos de 10 anos de diagnóstico da doença e com insucesso no tratamento clínico por 2 anos, além de não possuir contraindicações para o procedimento cirúrgico proposto. A resolução já está em vigor.